10 de agosto de 2003

A ANATOMIA EM HUDSON DE SOUZA

A ANATOMIA EM HUDSON DE SOUZA

Só hoje, domingo, dia 11/08, vi o VT da vitória do nosso medalha de ouro Hudson de Souza nos cinco mil metros. Tinha me chamado a atenção ( e me preocupado), quando assisti ao vivo sua esplêndida vitória nos 1.500 metros: na reta final, ao olhar para trás em direção ao seu mais próximo adversário, temi que perdesse preciosos centésimos de segundos com essa virada brusca de pescoço. Hoje notei (com atraso, já que sou um amador em esportes) que isso faz parte de sua perfomance, composta de uma série de procedimentos (palavra ótima, muito usada em vôos – “estamos iniciando nossos procedimentos de pouso”, avisa o comandante).
Além de olhar cada concorrente, para monitorá-los, ele olha no relógio para verificar seu ritmo o andamento da prova, e não se importa com a posição que ocupa antes do fim da penúltima volta. Nessa altura, ele carrega no passo e transforma-se, em segundos, num arranque digno dos cem metros rasos.
Baixo, muito magro, fino (se tivesse altura, poderia servir de modelo para uma pintura de Modigliani) ele cabe numa paródia de um verso de Maiakovski, que diz: “Em mim a anatomia ficou louca, sou todo coração”. Hudson é todo pulmão, que conta com a ajuda de pernas-palitos firmes, além de enormes pés que servem de pás de impulsão. O Brasil, com Hudson de Souza, cria uma tradição olímpica nas corridas de longa distância, já que manteve a escrita inaugurada pelo pioneiro Joaquim Cruz.

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