13 de julho de 2007

VOCÊ SABIA QUE...

VOCÊ SABIA QUE...

Esse era o título de uma seção da revista Seleções, que aproveito para chamar a atenção sobre algumas coisas:


...o carro elétrico foi fabricado nos anos 90, tinha baterias de última geração que permitiam uma razoável autonomia e poucas horas para abastecer e que ele foi recolhido e destruído? No documentário Quem matou o carro elétrico?(Chris Paine, 2006), as impressionantes revelações que incluem o sucateamento do vasto sistema de bondes elétricos nos Estados Unidos, que foi comprado e destruído pela General Motors. Hoje, ao custo de 150 bilhões de dólares e num prazo de 20 anos, estão reconstruindo o sistema em Los Angeles, que exibia o céu limpo antes do serviço feito pela montadora.




...as cartas de Iwo Jima são fictícias e que a roteirista do filme de Clint Eastwood se baseou num livro escrito 15 anos antes da luta pela posse da ilha japonesa? Antes de ver o filme de Clint, eu não sabia.







...que o filme A Conquista da Honra, sobre a foto de Iwo Jima tem um precedente ilustre, The Outsider, com Tony Curtis, um filme de 1961 em que Clint se baseou fortemente, mas jamais foi citado por ele? Clint é ruim de citação. Disse que preferiu fazer dois filmes, um sobre o lado japonês, outro sobre o americano, ao contrário do que já tinha sido feito de maneira eficaz, mas nem se lembrou de dizer o grande filme que o antecedeu, de Richard Fleischer, Tora, Tora, Tora. Mas Clint é Clint e os dois filmes, sobre o heroísmo fora dos padrões e das cartilhas, são de primeira.



...que Últimos dias, de Gus Van Sant, sobre Kurt Cobain, o roqueiro suicida, é mais uma prova que este cineasta excepcional consegue filmar o abismo que existe entre as pessoas. Jamais poderesmos entender plenamente a cabeça do cara que desliga todas as tomadas para se recolher ao desconhecido. Mas podemos ver como Van Sant compõe sua tessitura, com o auxílio da equipe (como mostra o making off) colocando a câmara não como o olho que tudo devassa, mas a percepção que não consegue atingir o objeto que percebe. O que é o filme, então, se ele filma o que não pode ser filmado, como notaram alguns críticos? É um esgueirar sobre o Outro, quando tentamos saber mais e só ficamos com um punhado de ar na mão.


...que À procura da felicidade, de 2006, com Will Smith, sobre o self-made man Chris Gardner, negro, sem teto que conseguiu juntar uma fortuna de 600 milhões de dólares, é um filme rigoroso, exasperando, sob a batuta do diretor italiano Gabriele Muccino,quase desconhecido e que foi escolhido a dedo por Smith, que se encantou com dois filme dele feitos na Itália? Smith foi indicado ao Oscar com sua performance, que nos deixa aplastados na cadeira porque consegue nos convencer que ele não tem esperança alguma. Coisa de americano, dirão. Não é bem assim. É também um filme sobre a pobreza nos Estados Unidos.



...que estão loucos de medo que o Brasil ganhe a Copa América e portanto já estão avisando que se isso acontecer será a prova de que a competição perdeu completamente o valor, já que Dunga é um anão de cabelo espetado, medíocre e tosco? Haja crueldade e sacanagem na crônica esportiva e fora dela. Li há um mês o Tostão dizendo que Dunga conseguiu seu cargo porque puxou o saco dos cartolas. O fato de ter sido o capitão da equipe campeã do mundo em 1994 não conta, claro. Tostão esqueceu, mas quiseram tirá-lo da Copa de 70 porque estava com o olho machucado e porque não poderia jamais jogar junto com o Pelé.

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