6 de julho de 2008

CONVERSA ANIMADA


Estou muito animado com o convite feito pela psicanalista Soraya Santos Valerim para participar de uma conversa sobre criação nesta terça-feira, junto com ela e mais o artista plástico Loro, aqui em Florianópolis. Reproduzo a seguir o texto de Soraya, que está publicado no blog da Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Santa Catarina (em formação):

"CONVERSANDO SOBRE CRIAÇÃO

Dia 8/07, às 19h30, na sala Multimídia do CIC, em Florianópolis.

Um encontro com dois artistas. Nei e Loro. O que podemos querer ouvir deles, um artista plástico e outro escritor? O grupo de leitura “Psicanálise e cultura: do mal-estar à sublimação” convidou-os a conversarem, com psicanalistas e afins, sobre o que é criar, sobre o que criam, como criam. Sobre como é abordar algo tão próprio e mesmo assim poder tocar o outro, sem que isso afugente. O que é entregar uma obra sua para ser vista, ouvida, tocada, falada?

Produzir objetos para exibir, para entregar ao público. Objetos que saem das entranhas e que são acolhidos pelo outro. Que coisa é essa que o artista nos entrega? A criação se lhe impõe? Como é o trabalho de tentar expressar a alma, a emoção, o mais além. Talvez seja o que Lacan diz, no Seminário 7: “as coisas que estão em questão são as coisas enquanto mudas. E as coisas enquanto mudas não são exatamente a mesma coisa que as coisas que não têm relação alguma com as palavras.”

O que uma psicanálise, que se dispõe a encontrar a verdade única, singular, de cada sujeito, sem saber no que vai dar, tem de criadora, tem de poeta, tem de pintora? Uma psicanálise que se dispõe a suportar o vazio que está além das palavras, mas que pode ser organizado, no que pode, por elas. Talvez o artista seja aquele que é chamado a expressar esse vazio, de uma forma inédita.

Para iniciar a apresentação dos nossos convidados para esta atividade, seguem trechos de suas escritas.

Nei Duclós, em O Sentimento Sem Nome.
“ A vida é um eterno assassinato dos sentimentos sem nome. Como não podem ser identificados, não há batismo. Chamamos de paixão, amor, empatia, todas as palavras, mas não se trata disso. É algo completamente desconhecido. É território inexplorado, que fazem a riqueza da psiquiatria. Não se trata de batizar, mas de identificar como algo próprio, que faz parte de um conjunto maior. É mais do que a arqueologia do coração e da mente, É trabalhar com um universo desconhecido, que está dentro de nós, mas estamos ocupados com outras coisas.”

Loro, por Loro.
“Em tempos me sinto como escura caverna trabalhando solitária e longa na expectativa de uma brecha de sol, uma chama ou lanterna para que eu apareça a iluminar caminhos doutros. Translúcidos.”

Até lá.

Soraya Santos Valerim
Organizadora da atividade
Psicanalista. Membro da Seção SC/EBP."

RETORNO - Imagem de hoje: obra de Loro de Lima.

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