24 de novembro de 2008

RUBENS JARDIM, A PALAVRA PLENA


O gentil, talentoso, atencioso, importante, militante poeta Rubens Jardim lança um novo livro de poemas depois de 30 anos sem publicar! Um dos caras que integraram a Catequese Poética, fundada por Lindolf Bell, que tinha como lema: "O lugar do poeta é onde possa inquietar. O lugar do poema são todos os lugares". A Catequese foi um movimento cultural que semeou aos quatro ventos a noção da poesia para todos, fora dos clubes, igrejinhas, conluios, conciliábulos, que ensinou os brasileiros a ir para rua dizer o que era preciso ser dito a plenos pulmões. Pois ele agora estará perto de você com sua obra recém saída da gráfica. Vá até lá e diga: obrigado, poeta, por voltar até nós, os deserdados da terra. A seguir, publico na íntegra as informações que Rubens Jardim me enviou sobre esse lançamento:

O livro *Cantares da Paixão*, do poeta Rubens Jardim, será lançado na Livraria Martins Fontes (da av. Paulista), no dia 9 de dezembro, a partir das 18h30 até às 21h30.

Após 30 anos longe do circuito editorial, Rubens Jardim, poeta paulistano da geração de 60 vai finalmente publicar um livro de poemas: Cantares da Paixão, com apresentação de Afonso Romano de Sant’Anna e prefácio de Cláudio Willer. O livro, publicado pela editora ArtePau Brasil, reúne em 160 páginas fartamente ilustradas, alguns poemas já publicados em livros anteriores—mas a grande maioria é constituída por poemas inéditos.

Segundo Claudio Willer, poeta e crítico, o que caracteriza o trabalho de Rubens Jardim é ele querer “uma poesia total cujo centro é a palavra plena, mas que inclui o visual - o elaborado tratamento gráfico e a grande quantidade de ilustrações -, o biográfico - ao qual remetem informações no livro e temas de alguns dos poemas -, e o restante do contexto, daquilo que ocorreu nestas últimas décadas. No limite, aspira a uma síntese, através da qual se confundiria com seus poemas, e vice-versa: é a unidade sugerida pelo confronto, lado a lado, dos poemas sobre a rosa real e a rosa irreal; a coexistência do existente e do imaginado, do antiornato e do pleno pigmento. Para realizar essa síntese, a própria palavra tem que ultrapassar-se: daí criar vocábulos em alguns de seus poemas, além de explorar as possibilidades das homofonias e anagramas ".

Também para o poeta Afonso Romano de Sant’Anna, o aspecto dominante desse trabalho de Rubens Jardim, poeta que vem da geração de 60 é a superação dos limites entre os grupos oriundos daquela época, e a criação de soluções pessoais para a questão da comunicação poética. Diz Sant’Anna que “neste livro ele se dá uma liberdade rara transitando entre as mais variadas formas. Pode-se dizer que ele faz uma síntese do que seria o poema-cartaz, o hai-kai, o poema-piada, o caligrama, a publicidade e o poema convencional. Pode tanto produzir um poema com o mínimo de palavras ou letras, como um magnifico soneto. Pode compor um poema voltado para problemas sociais ou para a repressão política, ou pode dedicar-se à sua infância e a temas subjetivamente familiares. E tudo com a desenvoltura de quem sabe o que está fazendo.”

PERFIL

Rubens Jardim, 62 anos, jornalista e poeta. Publicou poemas nas antologias: 4 Novos Poetas na poesia nova(1965,SP), Antologia da Catequese Poética (1968,SP), Poesia del brasile d'oggi(1969,ITÁLIA), Vício da Palavra (1977,SP), Fui Eu (1998,SP), Poesia para todos (2000,RJ), Antologia Poética da Geração 60 (2000,SP), Letras de Babel (2001,URUGUAI), Paixão por São Paulo (2004,SP), Rayo de Esperanza (2004, Espanha), Congresso Brasileiro de Poesia (2008,RS). É autor de dois livros de poemas: Ultimatum e Espelho Riscado.

Promoveu e organizou o Ano Jorge de Lima em 1973, (em comemoração aos 80 anos do nascimento do poeta), evento que contou com o apoio de Carlos Drummond de Andrade, Menotti del Pichia, Cassiano Ricardo, Raduan Nassar e outras figuras importantes da literatura do Brasil. Organizou e publicou Jorge, 80 Anos (uma espécie de iniciação à parte menos conhecida e divulgada da obra do poeta alagoano).

O QUE JÁ SE FALOU DESTE POETA

“Poeta Rubens Jardim: deixo de responder à sua carta-desencanto porque a melhor resposta lhe foi dada por você mesmo, em Espelho Riscado, cadernos de poesia-2. A poesia é exatamente o projeto de solução que encontramos para os desencontros e absurdos do mundo. E você dá bravamente o recado, em seus versos. Portanto, é seguir em frente, com as armas da lucidez e da esperança.” Carlos Drummond de Andrade

“Rubens Jardim, que parece ser o mais maduro do grupo --mais maduro e, no fundo, mais amargurado -- diz, significativamente, que sua infância foi exata como um relógio sem ponteiros.” Rolmes Barbosa (Suplemento Literário de O Estado de São Paulo)

“Rubens é o poeta de hoje, definitivo e consumado. Ele só seria o poeta do futuro - como gostam de prever os críticos de rugas e casaca - se a arte admitisse progresso. Flávio Márcio, (dramaturgo)

“Poeta de talento o jovem Rubens Jardim do Ultimatum, que diz com o desassombro de seus 20 anos poesia em praça pública (como naquele Comício Poético, em outubro de 65, na Praça da Sé, em São Paulo)... E eu planto aqui no cerne de cada coração, o ultimatum da minha última esperança...Stella Leonardos ( Jornal de Letras)

“Três livros de poesias nos vieram às mãos esta semana. Um deles é firmado pelo jovem poeta Rubens Jardim. E tem um título bélico: Ultimatum. A poesia de Rubens tem aquele sabor próprio da geração que os maiores insistem em não compreender, por comodismo ou incapacidade. É o protesto.” J.Pereira (Diário de São Paulo).

Nenhum comentário:

Postar um comentário