2 de janeiro de 2009

GUERRA NO FIM DO MUNDO


Os assassinos eleitos da Palestina provocam os assassinos em campanha eleitoral de Israel e o resultado é meio milhar de mortos, entre dezenas de crianças. Democracia na nossa época serve para o massacre, da mesma forma que as ditaduras. Não importa os regimes. Importa a qualidade humana dos governantes.

Soube que professores universitários estão ensinando futuros professores que cada um escreve como quer, que esse negócio de regra gramatical é pura perda de tempo. As reformas ortográficas fajutas acabam reforçando esse equívoco: cada um escreve como quer, mas tem alguns que impõem suas imbecilidades. Cada um deve escrever conforme os mandamentos clássicos da língua culta, fora da cultura ágrafa e do imediatismo pseudo-reformista. Quem ensina o contrário é criminoso.

Se você faz gato e sapato de língua e um energúmeno no cartório aceita que você coloque o nome do seu filho de Charlestioneylson, então é hora de intervenção pesada. Mudar na marra esse tipo de hábito consolidado. Mas para isso precisaria de um governo que resgatasse o Brasil soberano.

Querem a volta de mais sete mil vereadores. Basta olhar a cara de pau do presidente do Senado, com sua caratonha de grotão, de fuça dentuça, para lombrosiamente chegarmos à conclusão de que somos governados por duendes malvados e estamos encerrados numa gaiola, como João e Maria, para serem devorados pelos gigantes.

Depoios de Condoleeza Rice, a traída Hillary Clinton prepara sua vingança definitiva mudando, quem sabe, o foco da guerra (seremos a bola da vez?) para desencadear novas investidas no que chamam de planeta e que é um conjunto de países não reconhecidos em sua soberania, política e economicamente. Em Israel, a autora dos massacres é uma senhora chanceler que aspira à presidência. Para isso se celebra tanto o fato de existirem mulheres no poder: para tudo continuar da mesma forma. Não importa o gênero de quem manda, mas a sua qualidade humana.

Agora é moda chutar cachorro morto. Mas quando Bush dava as cartas, todo mundo cagava miudinho. Nosso chanceler do tempo de FHC chegou a tirar os sapatos no aeroporto, um gesto explícito de nação que adora baixar as calças para ser reconhecido como servo. Já é uma aspiração: ser considerado escravo, para não levar uma surra reservada aos mais excluídos, os que nem servem para engraxar os sapatos dos outros.

A chuva revira as entranhas de Belo Horizonte e o espetáculo é sempre o mesmo: o Brasil não foi feito para chuva. Habitamos um grande favelão. Não há políticas públicas de infra-estrutura, habitação e tudo o mais. Basta um aguaceiro para todo mundo colocar os móveis podres vindos de fábrica na rua. A população compra móveis podres vindos de fábrica em troca de um endividamento eterno regado a juros nababescos. Cai uns pingos de chuva e os eucatex que fingem ser madeira viram sucata.

Este blog Outubro está ganhando links a três por quatro. Vários blogs colocam o Diário da Fonte entre os favoritos e seguem a atualização permanente das edições. Fico honrado com a recepção. Meus textos e frases se reproduzem indefinidamente pela rede. Blogs portugueses publicam, com ilustrações, alguns poemas meus. Ao mesmo tempo, cresce o número de trabalhos acadêmicos que citam ensaios sobre livros que tenho publicado ao longo de 30 anos. A grande maioria faz uma abordagem respeitosa. Mas tem pessoa analfabeta e titulada que distorce o que escrevo. Faz parte. Há gente surtada por todo o canto.

RETORNO - Imagem desta edição: Pelada, de Fulvio Pennachi, o migante que veio da Itália e encheu de pinturas as paredes do açougue que montou em São Paulo. Foi então descoberto, para a nossa sorte. O futebol, representação do conflito, deveria ser escolhido como o caminho para resolver pendengas internacionais. O Brasil teria enorme vantagem.

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