14 de outubro de 2009

IBGE X IBOPE: A QUESTÃO DA TERRA


Com uma pesquisa encomendado para o Ibope (o cliente sempre tem razão) o patronato do agronegócio, que detém os mais injustos, gigantescos e antis-sociais latifúndios do mundo, agentes do desmatamento e das plantations, onde produzem insumos para a especulação financeira a futuro, tem a cara de pau de denunciar a reforma agrária como fonte da favelização. Ou seja, tem o desplante de negar a reforma agrária, para deixar intocado o sistema implantado das capitanias hereditárias, onde maganos dominavam territórios tão gigantescos que o sol neles jamais se punha, a exemplo do império britânico. Ao mesmo tempo, o governo tem o desplante de dizer, via IBGE (o cliente sempre tem razão) que sua distribuição de terras gera produção de alimentos e que a reforma agrária vai bem no Brasil.

Ambos manipulam as pesquisas, ou seja, a opinião dos entrevistados, que não apitam, nem fedem ou cheiram no resultado das mostras. O que vale é usar as estatísticas para mentir, fazendo cara de politicamente correto. Nem o patronato nem o MST estão preocupados com a reforma agrária. Na hora em que ela for feita para valer, os latifundiários serão escorraçados de seus impérios e o MST não terá mais motivos para invadir, saquear, roubar e sair sorrindo em nome da justiça social.

Podemos imaginar o que não fazem com as pesquisas eleitorais. O que tem acontecido? Eles escolhem previamente os candidatos e fazem vários tipos de amostras, com rodízios das figurinhas carimbadas, essas que ocupam o noticiário acusando uns aos outros, como se fazer política fosse lavar roupa suja. As pesquisas mentirosas, que dizem maravilhas do Brasil petista, está sendo usada pela publicidade para lançar automóveis, que é o nicho de mercado que jamais deixa de faturar muito. É compreensível. O governo atual foi originado no ABC, reduto das multinacionais de carros.

Um país não pode ser considerado rico porque vende mais carros, mas deve ser visto como um lugar onde as pessoas morrem como moscas abatidas no trânsito. O feriadão matou menos, celebra o Jornal Nacional, em vez de 94 mortos, como no feriado da Independência, apenas 88 na folga de Aparecida. É a cara de pau, o cinismo, a indiferença dominando tudo. Como se pode dizer que é menos com números como esses? É fácil: basta colocar a culpa nos motoristas, irresponsáveis, alcoolizados etc. Todo o entorno do país em ruínas, que é a fonte das tragédias, não é levado em consideração.

Façam as contas: quanto o governo gasta com o Incra e dois ministérios, o da Agricultura e a do Meio Ambiente, para tudo virar uma favela e um tiroteio só? Peguem essa dinheirama e apliquem na reforma agrária. Façam assim ó: distribuam terras, criem infra-estrutura para dar apoio aos produtores rurais (essas coisas que se falam nas campanhas, saúde, educação,estradas etc.), estimulem a comercialização de comida, confisquem e reestatizem as terras griladas pelo latifúndio, regularizem a pequena posse e prendam os assaltantes que usam o álibi de pressionar os poderes para saquear as fazendas, tenham elas origem na grilagem ou não (isso é assunto da justiça, não da violência!).

Para isso, é preciso ética, correção, firmeza, caráter, preparo, conhecimento, poder de negociação dentro da lei etc. Tudo isso falta no ambiente político de hoje. A realidade é a manipulação dos índices para provar que cada um tem razão. Ninguém está com a razão. Estão todos errados e sabem disso. E não adianta aparelhar o debate que essa evidência não será erradicada assim de uma hora para outra. Não adianta vir de tucano-petismo disfarçado de papo democrático. Não há espaço para a democracia num regime de ditadura como o que vivemos. O que existe é desvirtuamento dos argumentos, diálogo de surdos e muita sacanagem.

RETORNO - Imagem desta edição: mapa das Capitanias Hereditárias, segundo Millor Fernandes, a única reforma agrária já feita no Brasil.

SAGARANA NÚMERO 37 HOMENAGEIA FERLINGHETTI

Mensagem de Julio Monteiro Martins, da Italia: "Cari amici e amiche, siamo lieti di annunciarvi che, a partire da oggi, potrete consultare il numero 37 della Rivista Sagarana. Questo numero è l’edizione speciale commemorativa del 9° anniversario della rivista, con un’intervista esclusiva per Sagarana del grande poeta statunitense Lawrence Ferlinghetti: a lui, ai suoi 90 anni appena compiuti, è dedicata questa edizione.

L’Editoriale di Julio Monteiro Martins, Il dilemma dell’artista, parla del perché sia importante l'esistenza di una rivista con le caratteristiche della Sagarana in Italia e dei dubbi presenti nel rapporto tra artisti e scrittori con il loro stesso processo creativo e con l’ombra dell’autocensura, ai giorni d'oggi.

Poi, oltre alla sezione I Cortometraggi, incentrata sulla video arte e sui linguaggi multimediali sperimentali, una Mostra Virtuale inedita, sui Migranti, di Guido Villa (Vercelli 1943): sono immagini di impatto, fonti di grandi emozioni.

La sezione Saggi oltre all’intervista con Ferlinghetti, realizzata dalla poetessa italo americana Pina Piccolo, propone una ricerca inedita del poeta statunitense Paul Polanski sulle “storie orali degli zingari rom”, e riflessioni di Jacques Le Goff, Primo Levi, Peppe Sini, Jorge Luis Borges e Nadia Urbinati.

In Narrativa ci sono racconti e brani di romanzi di Thomas Mann, Giuseppe Berto, Lucio Mastronardi, Gustave Flaubert, Marguerite Duras e W. G. Sebald, oltre a quelli di autori viventi come Nanni Balestrini, Lourenço Cazarré, Junot Diaz e Ascanio Celestino.

In Poesia, oltre a Ad alcuni piace la poesia, di Wieslawa Szymborska, ci sono poesie di Giorgio Gaber, un’inedita in Italia di Philip Lamantia e una di Bozidar Stanisic’. Nella sezione Gegner, le tre parti del Tacito soccorso all’ombra del Reich di Markus Mohr, e la sezione Nuovi libri presenta tra l’altro un brano tratto dal romanzo appena uscito, Tutto-mondo, di Édouard Glissant. A questo stesso indirizzo troverete anche gli aggiornamenti della sezione Il Direttore, con il racconto inedito Questione di sicurezza, di Julio Monteiro Martins.

Ci auguriamo che le immagini, i video, le testimonianze, le riflessioni, i saggi, i racconti e le poesie da noi selezionati possano offrirvi ore di piacevole lettura.
A partire da questo numero, sarà possibile fare donazioni alla Sagarana, con offerte libere, cliccando sulla casella Sostieni il Progetto Sagarana, sul sito della nostra rivista.

I più cari saluti
La redazione di Sagarana"

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