11 de outubro de 2009

MUSEU DE CERA


Nei Duclós

O ódio usa o amor
O bruto emprega a gentileza
Crime em nome da justiça
O medo sorri e cumprimenta

Por isso o império da aparência
Sob o álibi da correção suprema
A essência presa num espelho
Maquiada para cumprir pena

As palavras se perdem na poeira
O leão deixa rastro de cordeiro
nos desertos do eterno presente

É a solidão cevada neste tempo
de sonhos virados pelo avesso
Somos restos de um museu de cera

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