1 de janeiro de 2010

OS MAIORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS


Pronto, lá vem o cânone. Paciência. Se você não viu um só dessas obras, o que eu duvido, coloque-as como metas do Ano Novo.

PARIS, TEXAS, de Wim Wenders - Nenhum cenário é mais lancinante do que a criatura louca em busca do amor perdido em pleno deserto, com guitarras ao fundo. Só de lembrar, tenho um surto.

2001, AN SPACE ODISSEY, de Stanley Kubrick – Depois desse filme, nós todos, os espectadores noturnos, moramos lá no infinito formado entre a nave mãe e a pequena cápsula que carrega nosso companheiro nos braços e o lança para o nada. Somos aquela cena e precisamos voltar para desativar Hal.

THE SEARCHERS, de John Ford – Cruzamos as pradarias cavalgando, com neve à altura das selas. Nosso objetivo é destruir Scarr e trazer Natalie Wood de volta para casa. Mas, nesse embate, teremos que enfrentar as piores tentações da morte.

OS SETE SAMURAIS, de Akira Kurosawa. O maior do cineasta maior. Um modelo de narrativa cineamatográfica, em que os preparativos são rios que deságuam no grande caudal do mais longo, genial e definitivo embate entre grupos em guerra. Nem que todos os cineastas cresçam, jamais chegarão ao nível de Kurosawa.

LAWRENCE DA ARABIA, de David Lean – Tome Akaba, by land, lidere 50 guerreiros decididos e atravesse a Bigorna do Sol do deserto de Nefud duas vezes, uma delas carregando o homem que você vai matar nas costas. No final da jornada, convença Anthony Quinn que é seu prazer invadir os turcos. Depois me diga se existe uma aventura igual neste mundo sem sentido.

SHANE, de George Stevens – Lute contra o fazendeiro no meio das patas do cavalo no curral até que ele desmaie cheio de sangue e compreenda que não pode enfrentar a maior encarnação do Mal, Jack Palance. Só você, que é mais rápido e sairá sangrando enquanto o menino implora para o eco da montanha para você voltar.

M, de Fritz Lang - Descubra a ética da bandidagem, o julgamento do pragmatismo contra a loucura, o assassinato da inocência, a sombra mais poderosa que a criatura, a câmara sobre a escada em caracol sugerindo o crime ainda oculto e reconheça que aqui existe um milagre, o da criação total compartilhado conosco pelo gênio.

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, de Glauber Rocha – Tente impedir o fanático de usar o punhal no sacrifício, fique de pé quando Othon Bastos entra em cena e assuste-se com seu diálogo entre duas cabeças. Veja que ele tem a espada de São Jorge e que mata pobre para não mais morrer de fome.

SÃO PAULO S.A, de Luiz Sergio Person - Vire a mesa com a indignação de Eva Vilma diante da covardia de Walmor Chagas e recomece no Viaduto do Chá a vida que você jogou fora. Acompanhe a montagem revolucionária que nos ensinou a ver cinema como uma arte cíclica, no tempo em que tudo tinha começo meio e fim.

MORANGOS SILVESTRES, ade Ingmar Bergman – O road movie definitivo. A Terceira Idade assombrada pela frustração na véspera de uma medalha. O sonho pautando a memória e a lucidez terminal de quem consegue ver tudo e nos mostra onde estão alguns segredos.

HIGH NOON, de Fred Zinemann – Enfrente os bandidos que chegam do trem no sol a pino sem que ninguém o ajude, elimine um a um e depois saia de uma vez da cidade, jogando a estrela de lata na rua indigna da covardia.

SONHOS, de Akira Kurosawa – Arroste o rosnar desse cão que assola suas pernas depois que você vê seu batalhão, enviado para a morte por uma ordem absurda, e sinta o remorso de não estar entre eles, dando meia volta e marchando para dentro do túnel sem fim.

WEST SIDE STORY, de Robert Wise e Jeromy Robbins - Dance com Russ Tamblyn e apaixone-se novamente por Natalie Wood interpertando a porto-riquenha que se sente bonita. Embale-se nessa coreografia magistral e pule da cadeira toda vez que os passos coletivos tomam conta da tela.

CITZEN KANE, de Orson Welles - Ninguém decifra o enigma Rosebud em Cidadão Kane. A solução da charada morre junto com o personagem , fechando o círculo onde se encerra uma vida privada, a única com existência real, já que o perfil público do homem que construiu um palácio de Mil e Uma Noites é pura representação, tragédia e deboche.

RETORNO - Imagem desta ediçção: Harry Dean Stanton como Travis Henderson em "Paris, Texas".

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