13 de setembro de 2010

MARAVILHAS DE HAYAO MIYAZAKI


O deslumbrante universo de animação do gênio japonês Hayao Miyazaki gerou várias obras que ocupam o topo do cinema. Cada vez que vejo uma, essa passa a ser minha favorita. Comecei a vê-lo a partir de seu mais recente filme, Ponyo, lançado em 2008, uma retomada do mestre (nascido em 1941), para depois chegar até o final dos anos 80 com O Serviço de Entregas de Kiki e Meu Vizinho Totoro (tem muito mais).

Sorte que Miyazaki sempre diz que vai se aposentar e acaba voltando. Em 2004, quando se pensava que ele tinha recolhido os pincéis (faz tudo na aquarela) e na direção, veio com outro clássico, O Castelo Andante que, como os outros filmes seus, nos assombram até a incredulidade diante da perfeição da sua arte, a força de suas narrativas, o encantamento dos seus personagens e a avassaladora quantidade de obras visuais que se sucedem na tela com a força de um tsunami.

Por ter conquistado o Japão com seu trabalho, a Disney acabou se rendendo ao seu talento e distribuiu a obra para o resto do mundo, o que lhe valeu a acusação, que ele abomina, com justa razão, de ser o Walt Disney japonês. Miyazaki é outro departamento, mesmo tendo em suas obras, como Ponyo, algo de 20 mil léguas submarinas e A Pequena Sereia. Trata-se da história da peixinha dourada que quis virar humana por amor por um menino. Kiki, baseada em obra de escritora japonesa Eiko Kadono (que morou no Brasil por dois anos e tem um livro sobre essa experiência) é sobre a iniciação de uma bruxinha de 13 anos na vida adulta. Totoro é sobre o espírito da floresta que protege a infância e O Castelo Andante é sobre a luta contra a maldição e pela auto-superação.

Nos seus filmes, é a solidez do mundo adulto que permite uma infância plena, com toda a carga possível de felicidade e medo. Uma sociedade equilibrada, em que as tragédias familiares, como a doença da mãe ou a ausência do pai fazem parte dos conflitos normais. Nada existe de apelativo: não há crueldade, sadismo, ponografia. Mas há sensualidade, há egoísmo, há terror até. Admirável obra que mostra como se faz. Com cidades e paisagens deslumbrantes, detalhes magníficos, climas terríveis, com inundações e tempestades inesquecíveis.

As imagens falam por si. Vejam e vão atrás do filmes, se é que já não foram. Eu descobri tardiamente, mas agora virei admirador irrestrito, graças ao pessoal aqui de casa, que sabe o que acontece na Sétima Arte e me mantém a par do que há de melhor no cinema.

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