15 de janeiro de 2011

QUEM ELEGE OS POLÍTICOS SÃO OS POLÍTICOS


Tem político brasileiro que se aposenta depois do sexto mandato consecutivo. Sarney está lá desde os anos 60 e trocou o Maranhão pelo Amapá para continuar se reelegendo. Volta Renan Calheiros, Pallocci, Genoino, Dirceu. Lula inventa Dilma e a elege com minoria de votos, já que a oposição se dividiu entre Serra e os votos jogados fora (branco, abstenções e nulos). Urnas eletrônicas não são auditadas. Compra-se ainda voto com bolsa família e outros expedientes. Tudo isso leva a uma conclusão: os políticos elegem os políticos e não o povo.

Como se sustenta uma situação dessas? Por meio de um sistema político e econômico engessado, que jamais muda. Voto do grotão vale mais do que voto da megalópole, então há sub-representação. Financiamento de campanhas continua sempre da mesma forma, apesar das leis e do alarde que se faz em contrário. O marketing milionário decide eleições. A mentira é recorrente e tudo o que se diz na campanha é traído na gestão. Qualquer problema que acontece, a culpa é do eleitor, claro. Ou vocês acham que o Tiririca teria tanto voto se não tivesse maganos poderosos por trás para inventar a porcaria?

Com a faca e o queijo na mão,eles fazem o que querem, pegam todo o dinheiro público, não gastam um tostão em nada, muito menos em prevenção, se locupletam em viagens e mordomias e patrimônios e benefícios até a milésima geração e assim, bem garantidos, gargalham nas reuniões ministeriais em que deveria criar soluções urgentes para a hecatombe da serra do Rio, onde a paisagem derreteu devido à falta de planejamento urbano, de políticas públicas de urbanismo e habitação e falta de competência e vergonha mesmo.

Como se defende uma situação dessas? Pela lógica dos anormais. Gargalhou na reunião? Ora, isso é mais do que secundário, é terciário. Gastou 10 bilhões de reais em publicidade em oito anos, quantia que dava para implantar no mínimo uma malha ferroviária decente no país? Normal. O pragmatismo sinistro espalhou-se massivamente não só entre os militantes pró governos, mas entre a população. Roubar? Normal, todos roubam. Vão se queixar para o bispo, que aliás virou o novo rei da mídia, junto com Gargalhada, o Palhaço Sinistro, aquele do banco pego em flagrante e que agora vai fazer uma noveleta sobre os guerrilheiros do Brasil, esses que empalmaram o poder e riem em conversas animadas sobre seus crimes, como mostra vídeo do you tube.

Mesmo com toda a corrupção e a manipulação dos votos, o governo atual foi eleito com minoria de votos. Foram 53 milhões contra 76 milhões da maioria (44 para a candidatura Serra e 32 milhões de votos brancos, nulos e abstenções). Então, não é justo nem inteligente achar que o “povinho” é culpado de tudo. Se não há política habitacional, é claro que a população vai ser empurrada para as encostas, onde, sem nenhuma fiscalização, os ricos também aproveitam e fazem pousadas, sítios etc. e ajudam a desmatar e a destruir.

Ninguém é “bom” de nascença. Não existe o bom selvagem. As pessoas se comportam se houver aplicação da lei. Se não houver repressão, todos se sentem no direito de sair matando. A Europa é diferente não porque lá existem branquelos caucasianos, mas sim leis que funcionam depois que reis foram enforcados e decapitados e guerras horrendas ceifaram zilhões de vidas. Aqui houve guerra e há massacre diário, mas estamos numa arapuca, na mão da bandidagem. Normal, diz a lógica dos anormais.


RETORNO - Imagem desta edição: O Massacre dos Inocentes, obra de Rubens.



BATE O BUMBO: SAGARANA 42


"É com satisfação que anunciamos a presença on-line, a partir de hoje, do n° 42 da revista Sagarana, em língua italiana, no endereço telemático www.sagarana.net . Esta edição apresenta diversos artigos inéditos: um do filósofo francês Edigar Morin, capa desta edição, “Ciò Che Sarà La ‘Mia’ Sinistra”, "I Colori Sotto La Mia Lingua”, de Eva-Maria Thüne e Simona Leonardi; “2011: Il Ritorno Dell’Italia Come Farsa”, de Pina Piccolo e “Macunaíma” de Rosanna Morace, além de “Utz” de Bruce Chatwin, “Xavante” de Loretta Emiri e ensaios breves sobre o jazz numa análise “gramsciana”, sobre a poesia centro-americana, sobre os anos ’70 na Itália, sobre o mártir ecológico Chico Mendes e sobre os estereótipos dos imigrantes no nosso tempo.

O editorial desta edição, de Julio Monteiro Martins (foto), “Una Corsa Ad Ostacoli”, faz uma análise em forma de decálogo das “barreiras” intransponíveis que impedem o pleno acesso dos escritores ao mundo literário e editorial hoje na Europa.

Em Narrativa estão presentes duas traduções inéditas: um conto de Lygia Fagundes Telles, “La Presenza”, e um trecho de um romance do jovem escritor português Jacinto Lucas Pires, além de contos de Émile Zola, Stephen Crane, Dino Buzzati, Mia Couto, Somerset Maugham, Nazim Hikmet, Campos de Carvalho e Nelson Algren.

Em Poesia, cinco poesias inéditas do grande poeta afro-americano Sam Cornish, traduzidas especialmente para Sagarana, uma homenagem ao poeta nicaraguense Francisco Ruiz Udiel, morto na semana passada aos 33 anos de idade, “Qualcuno Mi Vede Piangere In Un Sogno”, além de poesias de Wislawa Szymborska, Ugo Foscolo, Paul Polanski, Eunice Odio e Juan Carlos Mestre. E estão presentes também os contos e as poesias de autores novíssimos na seção Vento Nuovo.

Neste mesmo endereço telemático poderão encontrar a seção Il Direttore atualizada, com o conto inédito I Ratt, de Monteiro Martins. Ademais, na seção Archivi, estão disponíveis para leitura todos os números anteriores da revista e todas as "Lavagne del Sabato" publicadas até hoje em Sagarana.

Esperamos que os os ensaios, os contos, as poesias e os trechos de romances selecionados possam oferecer-lhe muitas horas de agradável leitura.

Cordialmente,

A Redação de Sagarana"

No Twitter (@neiduclos):

Dez barreiras para os escritores emergentes na Europa.Serve para o Brasil.Texto lapidar de Julio M. Martins na Sagarana http://bit.ly/gLiuLo

Revista Sagarana 42 http://bit.ly/8ay5FY Edgar Morin Eva-Maria Thüne Simona Leonardi Pina Piccolo Rosanna Morace Bruce Chatwin Loretta Emiri

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