11 de março de 2012

SUBMARINA


Nei Duclós

Fazer poesia é escalar montanha
com pedras nas costas como âncora
não escreva que é perda de tempo
pontificam estranhando minha gana

Tudo está pronto, esqueça o drama
cale-se como tantos que desistem
os eleitos não permitem o convívio
escute o que dizem e deixe disso

Um soneto assim fica um sacrifício
burilar a jóia que ninguém adivinha
soprar no barro uma alma divina

Não enxergam o sopro dos anjos
que comigo constroem esse edifício
lá de cima faço o convite, submarina


RETORNO - Imagem desta edição: Janine Turner.

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