7 de junho de 2012

CONFESSO


Nei Duclós

Se eu não te amasse, te repartiria
deixaria que sumisses na balada
diria que és amiga, essa palavra fria
e que és legal, um tipo camarada

Iria sorrir diante das fantasias
e, compadre, falar das armadilhas
seria um confidente, um ponta firme
e não um desesperado reprimido

Seria confiável como um São Bernardo
a distribuir licor na hora do perigo
um ombro, travesseiro, algo sem brilho

Mas como é o contrário faço pelo avesso
uma cama de gato em teus dons aflitos
confesso que te cato na festa que dominas


RETORNO – Imagem desta edição:  Alla Nazinova .