18 de outubro de 2012

OVERDOSE



Nei Duclós
 
Amor tira pedaço quando parte
e do teu coração fica a metade
como sarar essa dor covarde
que se foi cedo, quando era tarde

Amar de novo, cair na overdose
contrapor a solidão com variedade
ou recolher-se onde houver sótão
arrulho sem pouso em tempestade

Para paixão que jamais teve sossego
não há razão de querer ser o remanso
sofrer é a continuação do amor intenso

Expulso da vida combinada no desejo
amor que morre é como um ferimento
cicatriza, portanto, até eu chegar perto


RETORNO – Imagem desta edição:  Anna Karina.