8 de fevereiro de 2013

FLOR LONGEVA



Nei Duclós

Mármore, vista de longe
fruta, quando se entrega
pintura forçando o verbo
jarra em varanda aberta

Meço o perfil do talento
mão que sonha desperta
condão de bizarra fada
luz de um farol deserto

Em cada som, tua letra
risca a lua num concerto
beijo além da primavera

Repito a voz que me deita
perfume de flor longeva
sou escultor da mais bela


RETORNO – Imagem desta edição: Esperando os barcos, 1892, autor desconhecido.