17 de outubro de 2015

POEMAS SOLTOS



Nei Duclós

O exercício poético compulsivo, quando sobram versos que não se enquadram em nenhum post.

COLARINHO
Falo por poesia na falta
de uma linguagem serena.
Tempestades de sal
em primavera de chuva.
Pegar o falso discurso pelo colarinho
e identificar-se com o sol e a Lua.
O cosmo é o perfeito álibi
dessa travessura.
*
ATO FALHO
Não tem do que se desculpar
Eu sei que foi sem querer
A culpa é do meu olhar
que desabotoa à distância
*
Voltaste ao ninho abandonado.
Trazes plumas nobres em teu pouso.
Cantas diferente, canções de outras terras.
Eu permaneci, plantando a flor
que agora te ofereço.
*
Nove parece a letra G,
quatro a letra A,
um o L,
o oito é o sinal de INFINITO em pé.
O alfabeto conversa com a matemática.
Vou fazer as contas
para ver quanto falta
para completar o poema.
*
Você não dorme
Aguarda o último verso
Insone
*
Amor enterrado respira?
És tu, raiz que resiste?
Exalas a flor, mero palpite
de quem te deixou
e hoje sofre
*
Na conversão pela fé, a emoção ilumina a razão.
A conversão se manifesta em situações limite.
A transformação é tão profunda que não há remorso.
Deus não tem pressa.
*
A inteligência
com saia
é a mais bela
armadilha
da cultura
Desmoraliza
a testosterona
vencida
*
Fui deixado só
pela poesia
É tua vez, disse ela


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