25 de março de 2016

FUGA DO HORIZONTE



Nei Duclós

Hoje sou antigo
antes tinha tempo
O rosto que servia
não pode ficar pronto
Invento desperdício
na fuga do horizonte

O corpo é alegoria
papel crepom do canto
desfaz-se no convívio
borrão sujo do forro
Cumpri a profecia
parábola e confronto

Hoje estou acima
do que me fez intenso
mãos sem dar um grito
cair fora do cerco
Dispersa é a poesia
amor fora do porto

RETORNO - Imagem desta edição: Sylvia Hoecks.

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