7 de maio de 2016

BRASA



Nei Duclós


Na luz que conforma o dia
fosca, brilho, ventania
os pássaros em fuga
fazem ninho

A claridade incide
como agulha. Costura
o ritmo, derrete o círio
Toda oração é partitura

A poesia é a porção isenta
fica na gávea, onde a noite
venta. Olha o que jamais
existe, o horizonte

Vive de luar o sonho
urgente. Sobra a liturgia
Plumas colhidas pela foice
brasa que reage, extinta


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