14 de dezembro de 2016

FAÇO TUDO




Nei Duclós

Faço tudo para que não haja dano
A sede abastecida, o abraço de gerânios
Mas há sempre o rosto em desabrigo
A lágrima perdida, o sonho que se esfuma

Há sempre o momento após o banho
Em que ficas esquecida a admirar o inverno
Sentes falta do frio em tua vida
O tempo da partida, o adeus da primavera

É tua vocação ao drama, alma cativa
Queres respirar tranquila em clima tépido
Enquanto mastigas o miolo de um conflito

Vou fazer tua vontade, arrebentar os vidros
Soltar a criação no campo abandonado
Te atirar no chão com meu coração partido


RETORNO - Imagem desta edição: obra de Paul Chabbas

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