11 de abril de 2017

DÚVIDAS



Nei Duclós

A brecha onde ponho
o resto da esperança finda
será terreno fértil para uma vindima
ou galhos secos de um bosque sem futuro?

Fecho o poema numa redoma de vidro
exposto mas sem voz no rosto em pânico?
Ou estenderei o braço até o último respiro
do piso que a fresta cobre sem dar brilho?

Cabe a mim, jardineiro do improviso
definir a agenda de uma vã literatura
Ou apenas devo cultivar a dúvida
que o acaso rega fora do registro?


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