8 de agosto de 2017

COMPANHEIRO DA AVENTURA



 Nei Duclós


O poema me acalma,
pelo conflito sob medida que encerra
Mantendo a forma como brasa que dura
E só se entrega em cinza com a leitura

Posso senti-lo, a prumo, na extrema lida
Um cavaleiro da triste figura
Que sai do livro para a vida

Sou seu escudeiro, intermediário da loucura
Que coloco em pratos limpos da estalagem
Ele dorme ao relento depois do vinho
E de quebrar moinhos junto com os ossos

Não fosse o poema eu seria o mediocre anônimo
e não o que sou: esta viagem
Governador Geral de um sonho
Companheiro da aventura

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