18 de setembro de 2017

ROMBO

Nei Duclós

Ocupo um espaço pequeno
não visto pelo olhar supremo
Confundem poema com brinquedo
vida inteira com perda de tempo

De arame o mundo represento
nesse quintal que o céu esquece
armadilha de pegar refugos
jogados fora pelos de sempre

Depois vem a chuva, ou o vento
que quebra a estrutura de areia
algo se parte então no firmamento
na parte fina de vidro da estrela

É uma cicatriz a marca desse rombo
que tem origem onde me abandono
Não havia registro, apenas uma foto
que alguém guardou como um segredo


Nenhum comentário:

Postar um comentário