13 de dezembro de 2017

RAÍZES NAZISTAS E OUSADIA NA FAMÍLIA REAL INGLESA






Nei Duclós

Vejo resenhas sobre a segunda temporada da série The Crown (Netflix) e se limitam a comentar a crise conjugal da rainha Elizabeth com o príncipe Phillip. O foco não é esse, mas, em primeiro lugar, a importância da rainha nas decisões do governo, sua postura firme diante da adversidade. Segundo, as revelações sobre as raízes nazistas da família real, especialmente o principe Phillip, que destruiu seu filho Charles obrigando-o a frequentar horrendo internato na Escócia, onde tinha sofrido quando criança e vingou-se na descendência endurecendo o coração do jovem herdeiro.


Há ainda a denúncia das traições do ex-rei Edward, tio de Elizabeth, que abdicou do trono para casar com divorciada americana e que queria voltar ao poder aliando-se com Hitler. E finalmente o escândalo Profumo, de prostituição, dissolução e espionagem de um ministro do governo com envolvimento do príncipe, rei da balada e do mau comportamento.

De tudo fica incólume o perfil da rainha que com a série, em vez de se diminuir com os escândalos só se fortalece, para o bem e permanência da instituição monárquica. Ingleses e americanos tem essa manha. Tudo eles resgatam para aprimorar a imagem de seus ídolos e eventos. Fizeram isso com o massacre do The Alamo, com todos os presidentes, os reis etc. Nós cuspimos na nossa História, eles fazem um trabalho de transparência, não omitem nada mas acabam fortalecendo a image dos seus protagonistas, o que costura o sentimento de pertença nacional. Saímos do ufanismo para o desprezo, em vez de seguir o bom exemplo, de contar a verdade, mas manter consolidado o perfil da nação. .

Correndo por fora, há todo o drama da princesa Margareth, impedida de casar com o assessor do pai e que se casa com um fotógrafo dissoluto e homossexual, dominado pelo desprezo da mãe e pertencente também á nobreza, mas numa área periférica. Margareth são os novos tempos que adentram no Palácio, assim como a senhora Kennedy, que debocha do mausoleu, o palácio de Buckingham. Mas que acaba, na série, se arrependendo e pedindo perdão á rainha. No sol a pino, como dizia Noel Coward, só existem cachorros loucos e ingleses.




Falando em sol a pino, há o detalhe do foxtrot dançado por Elizabet com Nkrumah , lider de Ghana. A rainha fez o lance diplomático ousado para consolidar um contrato com a nação africana e mostrar a Jackie que a dona da coroa tinha função de estadista. Deu certo. Tudo dá certo para a rainha sem pecados, que ninguém dava nada e que acabou ficando para todo sempre no trono da Inglaterra.

Nei Duclós

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